Estudo sobre política na América Latina mostra que protestos evidenciam fragilidade do governo brasileiro
Essas são algumas das conclusões do relatório 2013 do Observatório Político da América Latina e do Caribe da Sciences Po, divulgado nesta sexta (10), em Paris. O estudo, revisado anualmente, apresenta um panorama dos países latinos e dá destaque ao Brasil.
No capítulo “O Partido dos Trabalhadores: uma década no poder (2003-2013)”, o pesquisador Frédéric Louault observa que, apesar do crescimento acelerado nos anos do governo Lula, o PT subestimou os primeiros sinais de descontentamento da classe média brasileira, que culminaram nas manifestações de junho de 2013. Nesta ocasião, ao tentar apresentar uma resposta à população, os petistas se viram bloqueados pelos partidos que sustentam a base aliada.
“As negociações políticas que se sucederam às manifestações mostram a que ponto a dominação do PT na vida política se tornou frágil e dependente dos jogos de alianças”, escreve o pesquisador, em relatório apresentado no Ministério das Relações Exteriores da França. “A um ano das eleições presidenciais de 2014, Dilma Rousseff saiu fragilizada deste braço de ferro com o poder Legislativo.”
As manifestações de junho – que pegaram os petistas “de surpresa”, lembra Louault – também deixaram claro que o voto das classes populares, beneficiadas pelo Bolsa Família, não era suficiente para sustentar o governo. “Eleitoralmente, essa é uma realidade: os pobres votam no PT em reconhecimento aos programas sociais. Mas na política do dia a dia, isso não é suficiente”, destaca.
Leia mais: Estudo mostra que protestos evidenciam fragilidade do governo do PT - RFI
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